June 05, 2009

A desinformação desse monte de informação!

Desde os primórdios, a informação rege o caminho da humanidade.
O 1° indivíduo que conseguiu, através de pedras e pauzinhos, estabelecer uma contagem de seus animais ou outros objetos/artefatos já se diferenciou dos demais, pois não perderia mais nada...
Quando se estabeleceu a escrita, criando uma maneira mais "padronizada" de passar informação e armazená-la, aqueles que detinham esse novo "poder" eram os que ditavam as normas.

Não importa a sociedade que comparemos - Babilônia, Fenícia, Suméria, Egito e Grécia antiga, Império Romano e Otomano, quem "dava as cartas" era quem tinha e mantinha a informação.
E não foi diferente, também, no início da era moderna... contudo, aconteceu algo que os grandes não esperavam: a banalização da informação. A educação e o ensino já não eram mais privilégios dos mais poderosos, e alguém de uma classe inferior poderia até galgar uma posição melhor na sociedade.

Como quem tem poder quer mais poder e tem medo de perder (ou ao menos compartilhar) o que tem, tentaram de tudo para voltar a controlar a informação e o conhecimento... um exemplo disso é a famosa queima de livros e cadernos na Alemanha de Hitler, onde ficava claro que o povo só deveria ter a informação que servisse ao governo.
Tempos modernos e vemos que graças à internet, sobretudo, a informação é praticamente instantânea... tudo que acontece no mundo está disponível on-line em fração de segundo... e aí, meu caro, que vem mais uma vez a astúcia de quem controla a informação.
Em países com um governo (dizendo da maneira mais politicamente correta possível) um pouco difícil, simplesmente corta-se o acesso... China e Irã são craques nisso... Msn, Twitter, blogs e outras ferramentas de "difamação do governo" são simplesmente eliminadas, "o povo tem o suficiente para sobreviver e lhes obedecer".

Mas, e em "países da maravilha" como o Brasil, onde todos são felizes? Afinal o governo tem uma popularidade monstruosa e diz sempre que a crise é lá fora... enquanto todos economizam, Luís Inácio diz: "Vamo gastá, turma!" Aqui, o problema é outro: muita informação para um povo que não sabe usar... não concorda?

Veja, por exemplo, quando ocorre alguma tragédia como o caso Isabella (coloquei o link da Globo propositalmente). Observando a quantidade de informação neste caso, pense quanto tempo você levaria (ou levou) para ler tudo isso, discutir com os amigos, traçar suas próprias conclusões, isso sem contar jornais, revistas, televisão e rádio. Pense, também, na enorme exposição das pessoas envolvidas... claro, concordo que devemos ser solidários com todos que sofrem (sofreram) com este absurdo e saber o que se passa, até como precaução em alguns casos. Todavia, enquanto mergulhamos nesse monte de informação que mais confunde do que clarifica, acontecem outros eventos que afligem todo o país, principalmente na política... enquanto ficamos horas acompanhando casos e tragédias, aqueles bandidos do "colarinho branco" continuam banhando a nação em m3®d@!

E o engraçado é que (sem ser novidade para ninguém) toda vez que tem um escândalo em Brasília (isso desde os tempos tucanos, que fique claro), a mídia direciona a atenção do povo para outro fato, relevante talvez, ao invés de informar de maneira ponderada, o que permitiria ao povo saber de um novo fato sem esquecer do velho.

Este cenário se repetiu nessa semana com a tragédia do Airbus da Air France. Minhas mais sinceras condolências e orações aos que perecerem neste desastre e aos familiares, mas mais uma vez, a mídia nos sufoca com uma tonelada de informação... já é possível, talvez, saber até quantos parafusos havia no compartimento de bagagens do avião, enquanto em Brasília, quem constrói castelo com o dinheiro público é absolvido, e os canalhas e calhordas chamam-nos de estúpidos; e se continuamos a simplesmente absorver tudo como esponjas, os patifes têm razão!

Renato Russo já falava na nossa estupidez (digo nossa pois sou brasileiro e me incluo no hall daqueles que poderiam fazer algo mais....) em 1993, com a música Perfeição, ou seja, há 16 anos e o povo não evolui... no entanto, muito antes (1986) ele já falava (Metrópole) sobre preferir ver um desastre e assistir à novela, numa sociedade em que a "burrocracia" e a safadeza reina.
Portanto, se você tem acesso à tanta informação, use-a com discernimento e de maneira eficaz... se o povo tivesse noção deste poder desperdiçado, o Brasil seria uma potência de verdade...


1 comentários:

Logan June 6, 2009 at 12:04 a.m.  

excelente texto, parabéns!

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